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O Sector visto pela In-Lex

Julho de 2010

O sector das Sociedades de Advogados mudou radicalmente nos últimos anos. A In-Lex teve o privilégio de acompanhar estes últimos 5 anos do sector, e assistir de perto à sua evolução.

Factores como, o aumento da concorrência (fruto da entrada de players internacionais, do aumento do número de Sociedades e do crescimento das próprias Sociedades de Advogados nacionais – fusões/ crescimento orgânico), a globalização, a proliferação de legislação (reclamando uma cada vez maior especialização e a introdução de processos de gestão da informação e do conhecimento), a própria alteração do estatuto da Ordem dos Advogados em matéria de comunicação (tornando-a mais transparente, exigindo o desenvolvimento das Sociedades neste domínio), contribuíram para essa mudança.

Também a evolução do mundo empresarial - público e privado, nacional e internacional – exige inevitavelmente que as Sociedades de Advogados o acompanhem.

Os clientes são cada vez mais sofisticados e exigentes, procuram verdadeiros parceiros de negócio, que dominem as suas áreas de actividade e que sejam orientados para a solução. Assim sendo, temas como gestão, planeamento, posicionamento, especialização, institucionalização da marca, marketing e gestão de recursos humanos estão na ordem do dia das Sociedades de Advogados, que os encaram, cada vez mais, de forma estratégica.

Apesar de existirem diferentes realidades no sector da advocacia societária e, consequentemente, um grau variável de envolvimento no processo de profissionalização, não deixa de ser um facto que, de uma forma generalizada, todas procuraram adaptar-se aos novos desafios, com o objectivo de se tornarem mais eficientes e capazes de acrescentar maior valor aos seus clientes.

A crise económico-financeira veio, de alguma forma, activar todos estes processos, acabando por ser um verdadeiro teste à validade das estratégias seguidas pelas Sociedades, aos seus valores e à sua cultura. Neste sentido, mais do que uma ameaça, a crise é encarada como mais um desafio para as Sociedades de Advogados.

Portugal, que nesta última década foi destino de forte investimento directo estrangeiro (IDE), de acentuada especulação imobiliária e de uma forte política de investimento público, em que o project finance e outras áreas do direito financeiro permitiram alavancar muito o crescimento das Sociedades de Advogados, vive agora momentos de grande estagnação. O IDE caíu, as operações de F&A super alavancadas no crédito fácil acabaram e o próprio investimento público em infra-estruturas parou, devido às enormes dificuldades orçamentais e à elevada factura que começa agora a ter que ser paga.

Vivemos, portanto, uma época em que praticamente todos os sectores da economia atravessam uma fase difícil, com quebras de procura e, consequentemente, de receitas, o que os obriga a contenções de custos e eliminação de despesas supérfluas, leva ao congelamento de investimentos e reduz as possibilidades de financiamento.

Todavia, assiste-se ao acentuar da necessidade de aconselhamento jurídico, nomeadamente em áreas como o contencioso e resolução de conflitos, o laboral, reestruturação de empresas e insolvências.

A questão que se coloca às empresas não passa tanto por restringir a prestação de serviços jurídicos que, naturalmente, são essenciais, mas sim diminuir o seu custo e gerir o seu prazo de pagamento.

As Sociedades de Advogados, por seu lado, tiveram que se adaptar a estas necessidades, adoptando processos de facturação mais transparentes e flexíveis, e tornando as suas estruturas mais versáteis.

O papel do advogado, como já se referiu, vai muito para além da mera assessoria jurídica – o advogado tem que ser uma parte integrante da equipa da empresa, envolvido de forma activa e criativa nos processos de decisão e condução do negócio, pois só assim poderá criar valor nos seus clientes.

E esta criação de valor deverá existir não só numa 1ª análise entre os colaboradores da sociedade e os seus clientes, mas também nos seus parceiros, faculdades, associações a que pertence, e na própria comunidade em que está inserida, numa lógica de stakeholders e de longo prazo.




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